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Moção – Educação é mais!

O ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues afirmou (e bem!) que: “não há mais – e há muito que não as há – ciências ditas ‘duras’ e ciências ditas ‘moles’, saberes essenciais e saberes dispensáveis; conhecimento material útil e cultura acessória e inútil”.   Estas declarações vêm a propósito do novo perfil

O ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues afirmou (e bem!) que: “não há mais – e há muito que não as há – ciências ditas ‘duras’ e ciências ditas ‘moles’, saberes essenciais e saberes dispensáveis; conhecimento material útil e cultura acessória e inútil”.

 

Estas declarações vêm a propósito do novo perfil do aluno que parece apostar em vetores muito importantes como o relacionamento interpessoal, o pensamento crítico e criativo, o bem-estar e a saúde, a sensibilidade estética e artística e a consciência e o domínio do corpo.

 

A escola deve ser um espaço de socialização e de crescimento pessoal. Um espaço de aprofundamento e de crescimento no relacionamento interpessoal, que estimule, de facto, o crescimento e a afirmação na sociedade. Talvez o mais importante na escola nem seja aquilo que se passa dentro das quatro paredes de uma sala de aula…

 

É evidente que é importante o ensino das línguas ou da matemática. Mas não é menos importante a atividade física e desportiva, a educação musical, a educação artística, a educação alimentar ou até outras ciências que aparentemente seriam “ciências duras” mas que não têm sido tratadas com a importância que merecem ao longo de, pelo menos, as últimas duas décadas, como é o caso da História ou da Geografia. A escola forma essencialmente pessoas. Não caixas-de-ressonância de conhecimentos científicos. E essa formação pressupõe multidisciplinariedade.

 

Nos planos de estudos gerais impõe-se portanto que a reforma que aí vem contemple essa multidisciplinariedade. E não se pense apenas que isso se consegue cortando meia hora na matemática e aumentando meia hora na educação visual. Trata-se da própria dignidade das cadeiras. Da exigência.

 

O ensino básico, tendo em consideração um período extraordinariamente importante para o crescimento do pré-adolescente e do adolescente deve contemplar um conjunto de valências que permitam a aquisição de skills fundamentais que obviamente não se podem reconduzir à aprendizagem de meia dúzia de disciplinas tidas como “ciências duras”. É precisamente aí que se deve diversificar apostando na transmissão de um conjunto de competências muito variadas.

 

No ensino secundário, a multidisciplinariedade deve ser uma aposta quando falamos dos planos gerais. Mas, por outro lado, deve ser feita uma forte aposta no ensino artístico e nos cursos profissionais. Existe, efetivamente uma carência de profissionais em algumas áreas da nossa economia ao passo que existe uma sobrelotação de diplomados no que concerne a outras áreas. A aposta em cursos profissionais e num ensino mais diversificado pode igualmente promover o importante combate contra a precariedade laboral.

 

Assim os eleitos na Assembleia Municipal de Loures, reunida no dia 23 de Fevereiro de 2017 deliberam:

 

  • Exortar o Governo da República Portuguesa, no contexto do novo perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, a reprogramar os planos de estudo do Ensino Básico e Secundário tendo em consideração a escola enquanto um elo de socialização e de aprendizagem diversificada compaginando o espaço e o tempo necessário para os alunos adquirirem essas competências.

 

  • Apostar nessa revisão dos planos de estudo na educação ambiental, alimentar, musical, artística e desportiva como vetores essenciais da aprendizagem multidisciplinar do aluno.

 

  • Priorizar o ensino artístico e o ensino profissional como alternativa aos planos gerais no contexto do novo perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória, ou seja, garantindo-se um perfil comum à saída do 12.º ano mas que contemple a diversidade das várias escolhas possíveis.

 

Esta moção deve ser enviada a todos os grupos parlamentares com representação na Assembleia da República, ao Governo da República, ao Presidente da República, à Direção Geral da Saúde, à Direção Geral da Educação e aos meios de comunicação social nacionais e locais.

 

tmgmendonca@gmail.com

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